sexta-feira, agosto 20, 2004

AME!


Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão em sua foz?

As pedras na nascente são toscas, pontiguadas, cheias de arestas.

À proporção que elas vão sendo carregadas pelo rio, sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas, desbastadas. As arestas vão sumindo. Elas ficam mais orgânicas, menos toscas, mais suaves, lisas, e o melhor: vão ficando cada vez mais parecidas com as outras, sem necessariamente serem iguais.

Quanto mais longo o curso do rio, mais evidente é o fenômeno.

É a mesma coisa com as nossas vidas. Se nos permitimos estar em contato com as pessoas, sendo conduzidos pelo rio da vida, vamos, no “atrito positivo” (contato) com o próximo, eliminando arestas, desbastando diferenças, parecendo-se e harmonizando-se mais uns com os outros, sem necessariamente perdermos nossa identidade.

Não nego que alguns desses contatos e atritos nos deixam marcas, tiram lascas de nós.

Mas mostre um coração sem marcas e lhe mostro um coração que não amou, que não viveu. Um coração que não chorou, nem sentiu dor. Um coração sem sentimentos.
E sentimentos são o tempero de nossa existência. Sem eles, a vida seria monótona, árida.

O fato é que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato.

Atrite-se amigo ! Não existe outra forma de descobrir o amor. E sem ele a vida não tem significado. Atrite-se, desbaste-se, descubra-se: AME!


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