segunda-feira, outubro 13, 2003

A ANA GOMES

A senhora não deu um tiro no pé, acabou de descarregar o carregador de uma AK 47 nos dois pés.

Parece que está apostada em destruir a imagem que construiu da sua pessoa. Por favor deixe-se de futebolês, denuncie, acuse, mas no lugar próprio e com provas. Não venha dizer, inocentemente, que não sabia que havia microfones na sala. Mas será que o facto de não haver microfones sala muda alguma coisa? Não é o microfone que, mas sim a senhora que faz as suas afirmações. Ou não será?

Até parece que estamos a voltar ao tempo das conversas de escárnio e maldizer, mas essas, pelo menos, sabíamos a quem eram destinadas e ainda por cima tinham humor.

Não gosto deste ping-pong dos políticos. Até parece que foram atacados pelo vírus típico do futebolês.

Não quero que fique subentendido que considero que esta reacção, quase a roçar o histerismo, seja de exclusiva responsabilidade da Drª Ana Gomes. A verdade é que a denúncia, ou insinuação, não sei, não li o artigo, do "Le Point" foi publicada já lá vão dois ou três meses e a nossa imprensa, sempre tão ávida de sangue, que eu saiba não deu qualquer cobertura à notícia vinda do estrangeiro. O Prurador Geral da República não fez qualquer comentário, quando aqui seria benvindo. Os políticos ficaram mudos e quedos. Com medo?

Penso que a dúvida de Ana Gomes é desadequada em relação ao tempo em que é feita, mas também compreendo que devia ser feita, no tempo certo, isto é, na altura em que a notícia foi publicada, e não ser jogada como uma carta que se tem na manga.

Para terminar a minha pergunta é só uma: a quem interessa este pântano?


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