domingo, novembro 23, 2003

JORGE PALMA POR MAFALDA VEIGA

Mágico! Aconteceu ontem à noite no Rivoli um daqueles momentos que gostamos de saborear e que não acabe nunca. Mafalda Veiga encerrou o ciclo de três concertos denominados "A cantora, o compositor, o estilista e o convidado dela.
Mafalda Veiga, a cantora escolhida para o derradeiro concerto, escolheu como compositor o Jorge Palma, escolheu frases deste para influenciar a roupa escolhida para o espectáculo por Maria Gambina e convidou João Carrilho para ir projectando pequenos filmes ao longo das músicas.
As músicas de Palma foram assim enchendo o Rivoli de cor e magia. A Mafalda, embora nervosa e confessando que nunca teve tantos papéis à sua frente para não se enganar esteve à altura. Houve momentos que parecia que algumas músicas tinham sido feitas p'ra ela de tão bem que assentavam na sua voz. Todas as músicas sofreram de uma roupagem e criação de melodias novas de onde se destacou a versão de Frágil. De tantas versões do Frágil (o próprio disco de originais onde está o Frágil tem duas versões) esta é capaz de ser a mais surpreendente.
Outros dos momentos mágicos aconteceram com a projecção dos filmes do João Carrilho. Aquando do Bairro do Amor o João projectou a imagem de um disco de vinil a rodar enquanto excertos da letra iam aparecendo no fundo à medida que a Mafalda cantava. Outro dos momentos foi ver durante um canção um espaço que é do Jorge onde se via um piano e uma porta aberta e em jeito de premonição senti naquele momento o Jorge Palma através do piano que via projectado embora ele não estivesse lá. O engraçado é que logo na canção seguinte a Mafalda diz que o João Carrilho enquanto escolhia as imagens para o espectáculo foi ter com o Palma e pediu-lhe que tivesse uma presença no espectáculo e assim a canção "A gente vai continuar" foi cantada pela Mafalda mas o único músico que a acompanhou foi o Palma a tocar piano na projecção por trás dela. Foi lindo, muito lindo.
É em momentos como este que sinto que afinal vale a pena estar vivo e que estamos cá p'ra luta. Saí do Rivoli a cantar Sérgio Godinho:

E no centro do centro está o centro da vida
Como se fosse por isso
Que me morro e me perco
E que só dou por isso
Quando renasço outra vez
E à vez sei que hei-de ser morto
E à vez sei que hei-de ser vivo
E à vez sei que hei-de ser eu de vez


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