terça-feira, novembro 04, 2003

ESTOU C... PARA O SENHOR EMBAIXADOR


Ouvi esta manhã a notícia de que um embaixador de Israel reagiu negativamente a um mega-inquérito realizado na Europa sobre os países que são considerados uma ameaça à paz mundial e no qual Israel ocupa o primeiro lugar com 59% das escolhas europeias.

Podemos concordar, ou não, com esse inquérito e até questionar a forma como foi elaborado, mas as afirmações do dito embaixador são de todo reprováveis quando afirma que, e cito de forma mais ou menos livre, mas sem alterar o sentido das afirmações, "(...) os dirigentes europeus têm de educar as massas para evitar que estas identifiquem países democráticos como Israel ou os EUA como ameaças à paz mundial (...)".

O que é que se entende por "educar as massas"?

Será que o Estado de Israel defende que a Humanidade deve ser educanda ao ponto de seguir fielmente os seus líderes? Será que o Estado de Israel defende que o livre-arbítriodeve ser banido? Será que o Estado de Israel defende A superioridade do sionismo? Será que o Estado de Israel defende o fundamentalismo da sua religião? Será que, ironia das ironias, o Estado de Israel defende a existência de raças inferiores que devem estar subordinadas aos seus interesses? O que pensam os Israelitas sobre estas questões? Será que também o Estado de Israel educa as suas massas para que estas sejam submissas e acatem acefalamente as decisões dos seus dirigentes políticos e/ou religiosos?

Não me parece que por mais que nos façam crer alguma vez o venham a conseguir, porque há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não!

A democracia continua a ser o melhor de todos os sistemas com excepção de todos os outros,mas também temos que nos questionar o valor da democracia que temos, nomeadamente no que diz respeito à representatividades de dirigentes que são eleitos com tpercentagens de abstenção superiores a 50%, como é o caso dos EUA e para onde caminha, infelizmente, a Europa. Temos que nos questionar relativamente à capacidade de, num segundo, optarmos sobre A ou B sem termos noção das implicações que acarreta a nossa opção. Temos que nos questionar sobre a nossa capacidade de resistirmos à demagogia e à tentativa de lavagem de cérebros que é feita diariamente pelos mais poderosos.

Não quero entrar pelo caminho da "Teoria da Conspiração", mas urge que se faça um amplo debate sobre representatividade, cidadania e liberdade de expressão.

O desafio fica lançado, será que vai ter algum eco?


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