domingo, maio 09, 2004

VIAGEM NO TEMPO (9 de Maio)


DESTAQUES

Dia da Europa.


EFEMÉRIDES

1386. Tratado de Windsor.

D. João I nomeou dois procuradores: D. Fernando Afonso de Albuquerque, mestre de Sant'Iago, e o Chanceler Lourenço Eanes Fogaça, que foram a Inglaterra negociar um acordo de paz, que devia consolidar-se com proveito para as duas partes. Ricardo II pela Inglaterra nomeou três procuradores: Ricardo de Alberbury, João Clanowe e o doutor legista Ricardo Ronhale para a elaboração do tratado de amizade e confederação com Portugal, que veio a ser ratificado em Windsor, a 9 de Maio de 1386, na presença dos cinco procuradores.
O acordo era defensivo e ofensivo, cobrindo todos os aspectos das relações luso-britânicas. Buscava-se a aliança para «o bem público e tranquilidade» dos dois monarcas - D. João I e Ricardo II - e seus vassalos, que seriam tratados como «gente de igual condição» tanto em Portugal como em Inglaterra. O comércio marítimo era também previsto, não podendo qualquer das partes conceder ou fretar navios ou embarcações de inimigos comuns ou prestar a estes socorro de qualquer natureza. Se uma das partes fosse conhecedora «de algum mal, dano ou injustiça» que se tramasse contra a outra, devia fazê-lo saber imediatamente e procurar impedir maquinações nesse sentido. Não se crê que nenhuma aliança, até então ratificada entre nações europeias, tenha ido tão longe no seu enunciado. As razões geográficas e os interesses comerciais tiveram um grande peso na assinatura do acordo, sem esquecer a pretensão inglesa, por esse tempo bastante forte, de competir na disputa do trono castelhano, ou seja, um prolongamento continental para o país insular que, por força da Guerra dos Cem Anos, procurava já dominar a França.
O aspecto mais expressivo da aliança veio, porém, a concretizar-se no casamento de D. João I com a princesa D. Filipa, filha de João de Gant, duque de Lencastre. Este veio à Galiza e avistou-se com o rei português, em 1 de Novembro de 1386, no sítio da Ponte do Mouro, entre Melgaço e Monção.

Bibliografia:
"Conde de Vila Franca, D João I e a Aliança Inglesa, 2ª ed. Lisboa, 1950"
"Eduardo Brasão, Uma velha Aliança, Lisboa 1955" (Colaboração de José Augusto Ferrolho).


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