sexta-feira, outubro 10, 2003

Aborto

Como comentário ao meu post sobre o aborto, o Rui questiona se não deveriamos gastar o dinheiro de um referendo em educação e planeamento familiar. Concordo que são coisas importantes. Mas se bem estás recordado, esses eram os argumentos dos Pró-Vida no 1º referendo. Notaste alguma diferença? Eu não.

Também concordo que a posição da Igreja sobre o preservativo é um atentado e condeno tal posição. O que não acho é que deva perder o meu tempo a criticá-la, fazendo-o quando calha, ao invés de lutar por uma coisa que me parece a mim, ser de muita maior utilidade para a Humanidade.

Diziam os pró-vidas que já nenhuma mulher era condenada por fazer um aborto. Anos mais tarde assistimos à condenação de mulheres no julgamento da Maia.

Eu não sou ninguém p'ra condenar uma mulher que apesar das pressões todas que sofre (conjugais, familiares, clericais e/ou outras) tome a opção de realizar um aborto. Nenhuma mulher toma a decisão de abortar de ânimo leve e nesse caso só me resta a mim desejar que o faço em condições dignas de higiente e segurança. Por isso, o aborto não pode ser considerado um método anticoncessional, mas um último recurso para o desespero de uma mulher que engravidou e nem tem condições, sejam elas quais forem, de ter um(a) filh@. Mesmo nos casos em que alguma mulher interprete o aborto como método anticoncessional, defendo a sua realização, pois uma pessoa que pense assim é certamente uma pessoa desiquilibrada emocional e psicologicamente e por isso não tem condições para ter um(a) filh@. Antes assim do que abandoná-lo num caixote de lixo.


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