quarta-feira, junho 16, 2004

QUANDO O AMOR ACENAR


Quando o amor acenar, siga-o ainda que por caminhos ásperos e íngremes.

E quando suas asas o envolverem, renda-se a ele
Ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa feri-lo.

E quando ele falar a você, acredite no que ele diz,
Ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos,
Assim como o vento norte devasta o jardim.

Pois, se o amor coroa, ele também o crucifica. Se o ajuda a crescer, também o diminui.
Se o faz subir às alturas e acaricia seus ramos mais
tenros que tremem ao sol, também o faz descer às raízes e abala sua ligação com a terra.
Como os feixes de trigo, ele o mantém íntegro.

Debulha-o até deixá-lo nu.

Transforma-o, livrando-o de sua palha.

Tritura-o, até torná-lo branco.

Amassa-o, até deixá-lo macio e, então,
submeta-o ao fogo para que se transforme em pão, no banquete sagrado de Deus.

Todas essa coisas pode o amor fazer para que você conheça os segredos de seu coração e, com esse conhecimento, se torne um fragmento do coração da VIDA.


Kahlil Gibran


|