quinta-feira, novembro 27, 2003

VISITAS INDESEJÁVEIS

Futebol é só um jogo, o resto é que é a vida.

Numa grande família nem sempre os convidados de uns são do agrado de todos. Nestas circunstâncias e porque os restantes elementos da família são bem educados, mas não alinham em unanimismos, não deixam de fazer os seus comentários cáusticos e criticar o visitante. Foi o que fiz, em relação à recente visita de Durão Barroso ao Estádio das Antas, e senti-me aliviado.


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quarta-feira, novembro 26, 2003

TAÇA AMÉRICA EM VELA

Lá se vai o paraíso do Governo. Qual será o próximo evento salvador? Já agora que seja para o país e não somente para Lisboa.


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ESTÁDIO DO DRAGÃO - II



Agora que já passaram alguns dias sobre a inauguração do Estádio do Dragão já posso falar um pouco mais desapaixonadamente desse evento.

O Estádio do Dragão é belo, confortável e funcional. É, de facto, um excelente estádio. No entanto algumas coisas não correram tão bem quanto desejava. Umas vezes por falta de organização, outras por falta de educação. Umas e outras deverão ser corrigidas. Por ordem cronológica cá vão elas:

1. Alguma desorganização nas entradas atendendo a que se previa que 50.000 pessoas se concentrassem para entrar num estádio novo ao mesmo tempo;

2. Compreende-se que não fosse permitido levar alimentos para o interior do estádio, mas no mí­nimo devia ter sido dado antecipadamente conhecimento desse facto, pois as pessoas estavam habituadas às Antas onde isso não acontecia. Mais grave foi a forma como os stewards confiscaram as sandes atirando os sacos para o chão Desperdí­cio inqualificá¡vel;

3. No interior faltaram recipintes para o lixo em número suficiente;

4. Claro que tanta gente tantas horas no interior do estádio e a falta de previsão dos bares concessionados teve como consequência que a comida de esgotou rapidamente;

5. Palavras de ordem gritadas pelas claques, ainda a festa não tinha começado, dirigidas ao rival SLB, sobretudo em dia de festa, mas desta vez a assistência brindou as claques com uma monumental vaia e a coisa ficou por aí;

6. Antes do iní­cio do espectáculo foram transmitidos, nos ecrãs gigantes, pretensas rábulas humorísticas, pelo menos uma delas de grande mau gosto. Quando um "entrevistador" pedia a dois "portistas" que completassem frases, uma delas era, dizia o primeiro, "Só quero ver...", felizmente que os "adeptos" não sabiam a resposta, mas os "entrevistador" acusou-os de mau "portismo". Há coisas que se admitem como brincadeiras de amigos, mas que não podem, nem devem, ser veiculadas por uma instituição idónea. Hoje os adeptos do FC Porto não se resumem aos habitantes do Porto ou do norte e há cada vez mais portistas por todo o paí­s, incluindo Lisboa, ora como é evidente um adepto portista de Lisboa não gostará de ver, e com razão, a sua cidade enxovalhada. Isto foi colocarem-se ao ní­vel do senhor Scolari do "graças a Deus";

7. O espectáculo teve alguma falta de ritmo e algumas das situações que se pretendiam criar falharam por falta de coordenação do artista com os luminotécnicos;

8. O Jogo foi fraquinho, mas aqui também ninguém esperava que fosse de maneira diferente, valeu pela revelação do jovem jogador Hugo Almeida.

Algumas das situações descritas são de fácil resolução e vão, concerteza, ser corrigidas, outras são problemas culturais e de mentalidade, que serão mais difíceis de corrigir, mas se os adeptos reagirem no futuro como reagiram à  situação, atrás descrita, criada pelas claques, ou outras do género, como por exemplo atitudes racistas, então de certeza que estaremos no bom caminho e o FCP será maior.

A beleza é para ser admirada e usada, não para ser conspurcada.

Estas críticas não são exclusivas ao FCP, pois, como sabemos, diária e subrepticiamente estas anomalias vão surgindos de todos os quadrante, mas só uns pagam as favas. Seria melhor que a par da emoção se verificasse mais fair play.

Por um FCP diferente e cada vez maior!


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terça-feira, novembro 25, 2003

UM BRAVO AO QUARTO DO PULHA

Concordo com o post do JoaoLuc intitulado O Abstencionista Culto, no entanto nem sempre as análises são tão simples e as conclusões podem ser precipitadas.

Pela minha parte também sou de opinião que a revolução começa em primeiro lugar em nós mesmos e é nas pequenas coisas que se vêm as grandes opções.

Não sou detentor de verdades, mas sou dono do meu caminho, ou dos meus caminhos. É um encontro comigo e com os outros, todos os outros, que procuro nos blogs e no dia-a-dia.

Quando digo todos, não é bem verdade, porque aqueles que estão comprometidos e não andam pelos mesmos caminhos que eu têm, para mim, um interesse muito escasso, a não ser do ponto de vista dialéctico.

Por tudo o que foi dito, identifico-me particularmente com a frase final daquele post do QDP.


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OS RICOS, SEMPRE OS RICOS

Então senhora doutora ministra da educação das finanças, se não tivesse aprovado, não havia documento nenhum para discutir, assim ficou sem argumentos para discutir fosse o que fosse. Muito trabalho, muito trabalho.

Convém sempre estar com os ricos e ponderosos, sobretudo onde eles são mais ricos e poderosos. No Iraque com o americanos e ingleses; na Europa com os franceses e alemães. Em Portugal somos muito durões.

Senhora doutora ministra da educação das finanças será que ainda há mais alguma coisa para vender ou será que a Taça América em Vela vai ser a salvação da Nação? Tão redutores que nós somos!

Passe bem minha cara senhora e já agora siga os passos do seu primeiro e vá pedir ao Papa que a abençoe, que o país já não lhe perdoa tantas asneiras.


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ASSALTO ALGO CONFUSO E DIFÍCIL DE CONCRETIZAR

Ao chegar a sua casa um senhor ouviu um barulho esquisito vindo do quintal. Chegando lá constatou que havia um ladrão a levar os seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo, surpreendeu-o a tentar pular o muro com os seus amdos patos. Batendo nas costas do tal invasor, disse-lhe:

- Oh bucéfalo, não é pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes e sim pelo acto vil e sorrateiro de galgares as profanas da minha residência. Se fazes isso por necessidade transijo; mas se é para gozares com a minha alta presopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica no alto da tua sinagoga, que te reduzirá à quinquagésima potência, que o vulgo denomina nada.

E o ladrão, confuso, disse:

- Oh, senhor, eu levo ou deixo os patos?


Pois é, às vezes falamos e ninguém nos entende, outras vezes não queremos que ninguém nos entenda.


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segunda-feira, novembro 24, 2003

O VERDADEIRO TESTE

Correndo o risco de ser acusado de me ter gabado por ter visitado o Quarto do Pulha resolvi seguir o conselho do JoaoLuc (o nome faz-me lembrar um dos meus heróis favoritos da BD: Luc Orient).

Fiquei a saber que irei morrer no próximo dia 21 de Outubro de 2031 provavelmente de cancro (27%), mas também poderei morrer de forma mais original, como por exemplo de auto-falatio (4%) ou sexo em grupo (também 4%). Já tomei nota no calendário e agora, graças ao determinismo, vou aproveitar o tempo que me resta para tentar inverter a causa da morte.

Façam também o vosso teste aqui.

Obrigado amigos pelo momento de puro divertimento que me proporcionaram. Continuo a gostar muito do Quarto do Pulha. Não estou a brincar, gosto mesmo. É um excelente blogue.


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domingo, novembro 23, 2003

JORGE PALMA POR MAFALDA VEIGA

Mágico! Aconteceu ontem à noite no Rivoli um daqueles momentos que gostamos de saborear e que não acabe nunca. Mafalda Veiga encerrou o ciclo de três concertos denominados "A cantora, o compositor, o estilista e o convidado dela.
Mafalda Veiga, a cantora escolhida para o derradeiro concerto, escolheu como compositor o Jorge Palma, escolheu frases deste para influenciar a roupa escolhida para o espectáculo por Maria Gambina e convidou João Carrilho para ir projectando pequenos filmes ao longo das músicas.
As músicas de Palma foram assim enchendo o Rivoli de cor e magia. A Mafalda, embora nervosa e confessando que nunca teve tantos papéis à sua frente para não se enganar esteve à altura. Houve momentos que parecia que algumas músicas tinham sido feitas p'ra ela de tão bem que assentavam na sua voz. Todas as músicas sofreram de uma roupagem e criação de melodias novas de onde se destacou a versão de Frágil. De tantas versões do Frágil (o próprio disco de originais onde está o Frágil tem duas versões) esta é capaz de ser a mais surpreendente.
Outros dos momentos mágicos aconteceram com a projecção dos filmes do João Carrilho. Aquando do Bairro do Amor o João projectou a imagem de um disco de vinil a rodar enquanto excertos da letra iam aparecendo no fundo à medida que a Mafalda cantava. Outro dos momentos foi ver durante um canção um espaço que é do Jorge onde se via um piano e uma porta aberta e em jeito de premonição senti naquele momento o Jorge Palma através do piano que via projectado embora ele não estivesse lá. O engraçado é que logo na canção seguinte a Mafalda diz que o João Carrilho enquanto escolhia as imagens para o espectáculo foi ter com o Palma e pediu-lhe que tivesse uma presença no espectáculo e assim a canção "A gente vai continuar" foi cantada pela Mafalda mas o único músico que a acompanhou foi o Palma a tocar piano na projecção por trás dela. Foi lindo, muito lindo.
É em momentos como este que sinto que afinal vale a pena estar vivo e que estamos cá p'ra luta. Saí do Rivoli a cantar Sérgio Godinho:

E no centro do centro está o centro da vida
Como se fosse por isso
Que me morro e me perco
E que só dou por isso
Quando renasço outra vez
E à vez sei que hei-de ser morto
E à vez sei que hei-de ser vivo
E à vez sei que hei-de ser eu de vez


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sábado, novembro 22, 2003

POR TODO ESTE MUNDO

saiu à rua, indiferente
segui pra longe
longe do olhar de toda a gente
na luz intacta da madrugada
seguiu sem norte e sem estrada
descalça na terra molhada

despiu o corpo e o pensamento
seguiu o vento
esqueceu a mágoa de acabar
e o tempo perdeu-se do tempo
e o chão raso fez-se mar
no mundo que somos por dentro

por todo este mundo
enquanto o sonho existir
e nos levar até ao fim
de tudo o que há pra sentir
tudo o que há pra sentir

seguiu o rasto do calor
na areia quente
o sol doía como o fogo
incendiou a cor do dia
levou no corpo a ventania
e um beijo roubado do amor

por todo este mundo
enquanto o sonho existir
e nos levar até ao fim
de tudo o que há pra sentir
tudo o que há pra sentir

Mafalda Veiga


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PORQUE HOJE É SÁBADO

Porque hoje é sábado e ainda estamos a viver a ressaca de sexta-feira à noite, aqui vos deixo dois links espectaculares para descomprimir. É que com tanta tristeza temos mesmo que tentar levar a vida a sorrir e gozar cada bocadinho da que nos resta.

Bom o primeiro vai possibilitar-lhes teinar a melhor técnica para arrancar pêlos do nariz, na verdade são bastante inestéticos e treinar no nosso próprio nariz é bastante doloroso. O segundo é uma divertida comparação entre entre os "cidadãos europeus" e os outros, neste caso os italianos, mas podia aplicar-se perfeitamente aos portugueses ou aos espanhóis, só teria de mudar o prato final.


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quarta-feira, novembro 19, 2003

ESPERANDUQUÊ

Eu nada posso esperar de uma raça que só tem filhadaputa
Se espalha por todo lugar mas tem mais em Brasília
Escuta
No Brasil já teve guerrilha
Com armas
Com tudo
Mas hoje só temos um bando de cego surdo burro e mudo
Ninguém faz nada
Nem os governantes nem a massa dominada
O povo é ignorante e o governo é uma piada
E se você não é um ignorante
Muito bem
Então pelamordeDeus venha se expressar também
A voz do povo é a voz de Deus
Quem disse isso não fui eu
Mas eu acho que quem escreveu essa frase era ateu
Porque esse povo tá sem voz
O povo tá calado
Tá parado esperando Deus batendo palma pro diabo
E enquanto o diabo-rato-porco vai se perpetuando
O povo fica parado debaixo
De quatro
Bobolhando
Bobolhando
Se matando
Sem dinheiro
Esperando deitado de bruços
Esse é o povo brasileiro
Bobolhando
Boboescutando
Boboescutando
É você
Boboesperando
Boboesperando...
Esperando...
Esperanduquê?

Gabriel o Pensador em 1993


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terça-feira, novembro 18, 2003

A QUE FILME PERTENCES?


Segui o Conselho da Blogotinha e fui parar ao Clube de Combate. Bem, podia ter sido pior, o filme até é interessante.



Experimentem e descubram aqui qual é o filme a que pertencem.


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HERÓIS - REAIS OU VIRTUAIS?


Depois de ter lido este artigo de José Edurado Agualusa na Pública do passado domingo, nada mais tenho a acrescentar sobre o assunto.


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domingo, novembro 16, 2003

PREOCUPANTE


Não sou adepto da teoria da conspiração, mas que é preocupante, é. O big brother controla todos os nossos passos e tenta transformar-nos em marionetas.

Não vires as costas à realidade. Lê aqui uma pequena introdução ao artigo publicado na íntegra na National Geographic - Portugal deste mês. Não deixes de ler o artigo completo, até porque a introdução está longe de revelar o fundamental do artigo.

Como é que num mundo tão altamente vigiado podem acontecer catástrofes como a do 11 de Setembro? Que interesses obscuros estarão na sua origem?

Reflete e questiona-te sobre o mundo em que vivemos.



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ESTÁDIO DO DRAGÃO


16 de Novembro de 2003



Pois é, são as contradições inerentes à condição humana, mas não podia deixar de assinalar a data da ianuguração do Estádio do Dragão.

As paixões são irracionais e emotivas e por isso não se explicam. Não temos que ter vergonha das nossas paixões e de revelar as nossas emoções, mas vivê-las. As minhas não são melhores nem piores do que as dos outros e vice-versa, são simplesmente as minhas.


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sexta-feira, novembro 14, 2003

CONSTITUIÇÕES


Uma Constituição deve ser um documento geral que estabeleça as regras de funcionamento de um determinado paí­s.

A nossa Constituição é muito pesada e demasiado pormenorizada em variadíssimos assuntos. Se se poderia compreender que após o 25 de Abril de 1974 os deputados cometessem alguns exageros, pois era a mudança de regime que estava em causa, passados quase trinta anos vemos que aqueles que acusam a actual constituição de ser demasiado orientadora e de possuir uma carga ideológica muito grande, a tentar orientá-la e dar-lhe uma carga ideológica de sinal contrário. Uma constituição não pode estar ao sabor da conjuntura mas, antes pelo contrário, deve ser suficientemente ampla para garantir a liberdade de todos e ser instrumento de tolerância e justiça para todos os cidadãos.

Parece-me que, mais do que uma revisão da Constituição se impõe uma adequação da Constituição e, portanto, a sua reformulação. A talhe de foice também me parece curial que o Hino Nacional deveria ser adaptado à nova realidade e que, por isso, pelo menos a letra do Hino deveria ser despida da carga belicista que lhe está inerante e que resultou de uma situação concreta e conjuntura, o ultimato inglês de 1890. Já agora também a bandeira. Sou republicano, mas nunca entendi muito bem o porquê da alteração das cores da nossa bandeira. Não bastava terem tirado a coroa? As cores nacionais não foram sempre o azul e branco? Já a comissão republicana para a escolha da nova bandeira sentiu essa dificuldade e apesar de Guerra Junqueiro (poeta e republicano) ter feito o mesmo tipo de reclamações. Lá se mudaram as cores da bandeira para o vermelho e verde sem que haja uma ligação directa entre o movimento republicano e aquelas cores. Porquê mudar o fato se por baixo fica tudo na mesma? Para quê mudanças conjunturais se o que importa são as transformações estruturais.

Também os poderes presidenciais devem ser repensados. Ou o Presidente tem poderes mais alargados ou não se justifica que continue a ser eleito por sufrágio directo e universal. Para desempenhar um papel de representação e exercer uma magistratura de influência não se justifica o dispêndio de dinheiro e tempo daquela eleição, podendo simplesmente ser eleito pelos deputados da Assembleia da República. Defendo, no entanto o alargamento dos poderes presidenciais de forma a poder exercer uma maior influência sobre o legislativo através de meios que não se resumam à dissolução do Parlamento.

Concluí­do o desabafo sobre o que se fala sobre a revisão da Constituição Portuguesa passemos à Constituição Europeia.

Fala-se muito sobre a futura Constituição Europeia, mas muito pouco se sabe sobre a sua orientação. No entanto um dos problemas mais debatidos tem sido a referência ao cristianismo (catolicismo) relativamente à relevância que este teve na construção da Europa. Certo! Tirando os últimos anos, a religião deu quase sempre mostras de intolerância e defesa dos mais ricos e poderosos contra os mais pobres e desprotegidos. Será que se quer construir uma Europa nova baseada nestes valores? Será que a Igreja depois virá pedir perdão pelos crimes que cometeu, como o fez já noutras situações? Será que basta pedir perdão para passarmos um pano sobre o passado? A intolerância nunca poderá estar na base da criação de um mundo novo!

Porque não valorizarmos a importância do Império Romano na construção da futura Europa? Após a queda do Império todos os dirigentes polí­ticos e religiosos com poder sonharam, de alguma forma, reconstruir a grandeza do antigo Império Romano.

Gostaria ver uma Europa unida e com personalidade, mas uma Europa dos povos, da tolerância, da criatividade e da diversidade, não uma Europa da intolerância e da unicidade.

Os que sonham com uma Europa forte e dominadora apenas pretendem que esta substitua o poder e a influência no Mundo dos EUA. São pretensas ideias novas cheias de conceitos velhos. O paradigma, isto é, a unicidade dos EUA foi construí­da à  custa do domí­nio dos mais fortes sobre os mais fracos, que o digam os Í­ndios americanos sujeitos a uma autêntica limpeza étnica e os que restam vivem ostracizados em reservas. Que o digam as minorias étnicas actuais que, apesar de alguns avanços que custaram a vida a muitos milhares, continuam a viver na sua maioria em "guetos".


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SOLIDARIEDADE SOCIAL


É inacreditável que o Governo, ou os Governos, continue a insistir em não fazer uma eficaz fiscalização às actividades fraudulentas de alguns portugueses e continue a penalizar os que cumprem as suas obrigações.

É mais facil penalizar todos do que procurar e castigar os culpados.

E nós continuamos a esperar. A ESPERAR O QUÊ?


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domingo, novembro 09, 2003

A PONTA DO MISTÉRIO

Pode ser ruim pensar apenas no presente
Pode ser pouco inconsequente
Não se programar pra preparar um bom futuro
Pode ser um tiro no escuro
Pode ser também que a gente morra de repente
Pode ser um tanto deprimente
Não aproveitar os dias adiando a vida
Pode ser um tiro suicida
Deve ser tão bom levar a vida livremente
Deve ser bastante diferente
Não se acomodar, seguir em frente nessa estrada
Deve ser um tiro de largada

Gabirel o Pensador em Diário Noturno


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sexta-feira, novembro 07, 2003

COMPETÊNCIAS

Os Bombeiros não têm competência para apagar os fogos...

A Polícia não têm competência para perseguir os criminosos...

Os Juízes não têm competência para julgar...

O Governo não tem competência para governar...

Os Portugueses não têm competência para exercer a cidadania?

Já não há pachorra!


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J'ACCUSE, de Emile ZOLA - V



[Parágrafos 81 a 100.]

(...)

En portant ces accusations, je n'ignore pas que je me mets sous le coup des articles 3O et 31 de la loi sur la presse du 29 juillet 1881, qui punit les délits de diffamation. Et c'est volontairement que je m'expose.

Quant aux gens que j'accuse, je ne les connais pas, je ne les ai jamais vus, je n'ai contre eux ni rancune ni haine. Ils ne sont pour moi que des entités, des esprits de malfaisance sociale. Et l'acte que j'accomplis ici n'est qu'un moyen révolutionnaire pour hâter l'explosion de la vérité et de la justice.

Je n'ai qu'une passion, celle de la lumière, au nom de l'humanité qui a tant souffert et q u a droit au bonheur. Ma protestation enflammée n'est que le cri de mon âme. Qu'on ose donc me traduire en cour d'assises et que l'enquête ait lieu au grand jour!

J'attends.

Veuillez agréer, monsieur le Président, l'assurance de mon profond respect.

[Fim!]


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quinta-feira, novembro 06, 2003

ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO PARA 2004


O Orçamento Geral do Estado para 2004 foi aprovado. Coitados de nós, cidadãos cumpridores, que têm os seus impostos em dia e que continuam a suportar a má gestão do paí­s.

Tudo se passou como se de um desafio de futebol se tratasse.

Os da casa, embora maioritariamente toscos no trato da bola, contavam com um maior apoio. Os outros, embora tivessem alguns artistas nas suas fileiras, não puderam explanar o seu jogo por falta de liderança, pois não contavam com um treinador competente e alguns dos seus jogadores estavam em ní­tida baixa de forma, tendo dado muitos pontapés na atmosfera. Os da casa usaram de todas as artimanhas, como por exemplo, simulação de faltas, saltos para a piscina, etc.

No fim, os da casa ganharam por um a zero com um golo marcado com a mão, mas que o árbitro, embora bem colocado, fez de conta que não viu e, para não ter que sair do campo protegido pela polí­cia, fez vista grossa, tendo validado o golo de uma vitória que estava antecipadamente anunciada.

Os da casa, sem vergonha, festejaram mais esta vitória e prometem continuar a usar todas as tácticas que lhes permitam vencer os próximos dois ou três campeonatos. Os outros, derrotados mas não convencidos, justificaram a derrota com uma vitória moral.

E a bola? A bola coitada, depois de tão mal tratada já não sabe por quanto mais tempo irá permitir que uns e outros a pontapeiem como se não fosse o mais importante do jogo.

A bem da Nação!


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J'ACCUSE, de Emile ZOLA - IV



[Parágrafos 61 a 80.]

(...)

Telle est donc la simple vérité, monsieur le Président, et elle est effroyable, elle restera pour votre présidence une souillure. Je me doute bien que vous n'avez aucun pouvoir en cette affaire, que vous êtes le prisonnier de la Constitution et de votre entourage. Vous n'en avez pas moins un devoir d'homme, auquel vous songerez, et que vous remplirez. Ce n'est pas, d'ailleurs, que je désespère le moins du monde du triomphe. Je le répète avec une certitude plus véhémente: la vérité est en marche et rien ne l'arrêtera. C'est d'aujourd'hui seulement que l'affaire commence, puisque aujourd'hui seulement les positions sont nettes: d'une part, les coupables qui ne veulent pas que la lumière se fasse; de l'autre, les justiciers qui donneront leur vie pour qu'elle soit faite. Je l'ai dit ailleurs, et je le répète ici: quand on enferme la vérité sous terre, elle s'y amasse, elle y prend une force telle d'explosion, que, le jour où elle éclate, elle fait tout sauter avec elle. on verra bien si l'on ne vient pas de préparer, pour plus tard, le plus retentissant des désastres.

Mais cette lettre est longue, monsieur le Président, et il est temps de conclure.

J'accuse le lieutenant-colonel du Paty de Clam d'avoir été l'ouvrier diabolique de l'erreur judiciaire, en inconscient, je veux le croire, et d'avoir ensuite défendu son oeuvre néfaste, depuis trois ans, par les machinations les plus saugrenues et les plus coupables.

J'accuse le général Mercier de s'être rendu complice, tout au moins par faiblesse d'esprit, d'une des plus grandes iniquités du siècle.

J'accuse le général Billot d'avoir eu entre les mains les preuves certaines de l'innocence de Dreyfus et de les avoir étouffées, de s'être rendu coupable de ce crime de lèse- humanité et de lèse-justice, dans un but politique et pour sauver l'état-major compromis.

J'accuse le général de Boisdeffre et le général Gonse de s'être rendus complices du même crime, l'un sans doute par passion cléricale, l'autre peut-être par cet esprit de corps qui fait des bureaux de la guerre l'arche sainte, inattaquable.

J'accuse le général de Pellieux et le commandant Ravary d'avoir fait une enquête scélérate, j'entends par là une enquête de la plus monstrueuse partialité, dont nous avons, dans le rapport du second, un impérissable monument de naïve audace.

J'accuse les trois experts en écritures, les sieurs Belhomme, Varinard et Couard, d'avoir fait des rapports mensongers et frauduleux, à moins qu'un examen médical ne les déclare atteints d'une maladie de la vue et du jugement.

J'accuse les bureaux de la guerre d'avoir mené dans la presse, particulièrement dans "L'Éclair" et dans "L'Écho de Paris", une campagne abominable, pour égarer l'opinion et couvrir leur faute.

J'accuse enfin le premier conseil de guerre d'avoir violé le droit, en condamnant un accusé sur une pièce restée secrète, et j'accuse le second conseil de guerre d'avoir couvert cette illégalité, par ordre, en commettant à son tour le crime juridique d'acquitter sciemment un coupable.

(...)

[Continua... ]



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quarta-feira, novembro 05, 2003

J'ACCUSE, de Emile ZOLA - III



[Parágrafos 41 a 60.]

(...)

Le lieutenant-colonel Picquart avait rempli son devoir d'honnête homme. Il insistait auprès de ses supérieurs, au nom de la justice. Il les suppliait même, il leur disait combien leurs délais étaient impolitiques, devant le terrible orage qui s'amoncelait, qui devait éclater, lorsque la vérité serait connue. Ce fut, plus tard, le langage que M. Scheurer- Kestner tint également au général Billot, l'adjurant par patriotisme de prendre en main l'affaire, de ne pas la laisser s'aggraver, au point de devenir un désastre public. Non! Le crime était commis, l'état-major ne pouvait plus avouer son crime. Et le lieutenant-colonel Picquart fut envoyé en mission, on l'éloigna de plus en plus loin, jusqu'en Tunisie, où l'on voulut même un jour honorer sa bravoure, en le chargeant d'une mission qui l'aurait sûrement fait massacrer, dans les parages où le marquis de Morès a trouvé la mort. Il n'était pas en disgrâce, le général Gonse entretenait avec lui une correspondance amicale. Seulement, il est des secrets qu'il ne fait pas bon d'avoir surpris.

A Paris, la vérité marchait, irrésistible, et l'on sait de quelle façon l'orage attendu éclata. M. Mathieu Dreyfus dénonça le commandant Esterhazy comme le véritable auteur du bordereau, au moment où M. Scheurer-Kestner allait déposer, entre les mains du garde des Sceaux, une demande en révision du procès. Et c'est ici que le commandant Esterhazy paraît. Des témoignages le montrent d'abord affolé, prêt au suicide ou à la fuite. Puis, tout d'un coup, il paye d'audace, il étonne Paris par la violence de son attitude. C'est que du secours lui était venu, il avait reçu une lettre anonyme l'avertissant des menées de ses ennemis, une dame mystérieuse s'était même dérangée de nuit pour lui remettre une pièce volée à l'état-major, qui devait le sauver. Et je ne puis m'empêcher de retrouver là le lieutenant-colonel du Paty de Clam, en reconnaissant les expédients de son imagination fertile. Son oeuvre, la culpabilité de Dreyfus, était en péril, et il a voulu sûrement défendre son oeuvre. La révision du procès, mais c'était l'écroulement du roman- feuilleton si extravagant, si tragique, dont le dénouement abominable a lieu à l'île du Diable! C'est ce qu'il ne pouvait permettre. Dès lors, le duel va avoir lieu entre le lieutenant-colonel Picquart et le lieutenant-colonel du Paty de Clam, l'un le visage découvert, l'autre masqué. on les retrouvera prochainement tous deux devant la justice civile. Au fond, c'est toujours l'état-major qui se défend, qui ne veut pas avouer son crime, dont l'abomination grandit d'heure en heure.

On s'est demandé avec stupeur quels étaient les protecteurs du commandant Esterhazy. C'est d'abord, dans l'ombre, le lieutenant-colonel du Paty de Clam qui a tout machiné, qui a tout conduit. Sa main se trahit aux moyens saugrenus. Puis, c'est le général de Boisdeffre, c'est le général Gonse, c'est le général Billot lui-même, qui sont bien obligés de faire acquitter le commandant, puisqu'ils ne peuvent laisser reconnaître l'innocence de Dreyfus, sans que les bureaux de la guerre croulent dans le mépris public. Et le beau résultat de cette situation prodigieuse est que l'honnête homme, là- dedans, le lieutenant-colonel Picquart, qui seul a fait son devoir, va être la victime, celui qu'on bafouera et qu'on punira. ^O justice, quelle affreuse désespérance serre le coeur! On va jusqu'à dire que c'est lui le faussaire, qu'il a fabriqué la carte-télégramme pour perdre Esterhazy. Mais, grand Dieu! pourquoi? dans quel but? donnez un motif. Est-ce que celui-là aussi est payé par les juifs? Le joli de l'histoire est qu'il était justement antisémite. Oui! nous assistons à ce spectacle infâme, des hommes perdus de dettes et de crimes dont on proclame l'innocence, tandis qu'on frappe l'honneur même, un homme à la vie sans tache! Quand une société en est là, elle tombe en décomposition.

Voilà donc, monsieur le Président, l'affaire Esterhazy: un coupable qu'il s'agissait d'innocenter. Depuis bientôt deux mois, nous pouvons suivre heure par heure la belle besogne. J'abrège, car ce n'est ici, en gros, que le résumé de l'histoire dont les brûlantes pages seront un jour écrites tout au long. Et nous avons donc vu le général de Pellieux, puis le commandant Ravary, conduire une enquête scélérate d'où les coquins sortent transfigurés et les honnêtes gens salis. Puis, on a convoqué le conseil de guerre.

Comment a-t-on pu espérer qu'un conseil de guerre déferait ce qu'un conseil de guerre avait fait?

Je ne parle même pas du choix toujours possible des juges. L'idée supérieure de discipline, qui est dans le sang de ces soldats, ne suffit-elle à infirmer leur pouvoir d'équité? Qui dit discipline dit obéissance. Lorsque le ministre de la Guerre, le grand chef, a établi publiquement, aux acclamations de la représentation nationale, l'autorité de la chose jugée, vous voulez qu'un conseil de guerre lui donne un formel démenti? Hiérarchiquement, cela est impossible. Le général Billot a suggestionné les juges par sa déclaration, et ils ont jugé comme ils doivent aller au feu, sans raisonner. L'opinion préconçue qu'ils ont apportée sur leur siège, est évidemment celle-ci: «Dreyfus a été condamné pour crime de trahison par un conseil de guerre, il est donc coupable; et nous, conseil de guerre, nous ne pouvons le déclarer innocent; or nous savons que reconnaître la culpabilité d'Esterhazy, ce serait proclamer l'innocence de Dreyfus.» Rien ne pouvait les faire sortir de là.

Ils ont rendu une sentence inique, qui à jamais pèsera sur nos conseils de guerre, qui entachera désormais de suspicion tous leurs arrêts. Le premier conseil de guerre a pu être inintelligent, le second est forcément criminel. Son excuse, je le répète, est que le chef suprême avait parlé, déclarant la chose jugée inattaquable, sainte et supérieure aux hommes, de sorte que des inférieurs ne pouvaient dire le contraire. On nous parle de l'honneur de l'armée, on veut que nous l'aimions, la respections. Ah! certes, oui, l'armée qui se lèverait à la première menace, qui défendrait la terre française, elle est tout le peuple, et nous n'avons pour elle que tendresse et respect. Mais il ne s'agit pas d'elle, dont nous voulons justement la dignité, dans notre besoin de justice. Il s'agit du sabre, le maître qu'on nous donnera demain peut-être. Et baiser dévotement la poignée du sabre, le dieu, non!

Je l'ai démontré d'autre part: l'affaire Dreyfus était l'affaire des bureaux de la guerre, un officier de l'état- major, dénoncé par ses camarades de l'état-major, condamné sous la pression des chefs de l'état-major. Encore une fois, il ne peut revenir innocent sans que tout l'état-major soit coupable. Aussi les bureaux, par tous les moyens imaginables, par des campagnes de presse, par des communications, par des influences, n'ont-ils couvert Esterhazy que pour perdre une seconde fois Dreyfus. Quel coup de balai le gouvernement républicain devrait donner dans cette jésuitière, ainsi que les appelle le général Billot lui-même ! Où est-il, le ministère vraiment fort et d'un patriotisme sage, qui osera tout y refondre et tout y renouveler? Que de gens je connais qui, devant une guerre possible, tremblent d'angoisse, en sachant dans quelles mains est la défense nationale! Et quel nid de basses intrigues, de commérages et de dilapidations, est devenu cet asile sacré, où se décide le sort de la patrie! On s'épouvante devant le jour terrible que vient d'y jeter l'affaire Dreyfus, ce sacrifice humain d'un malheureux, d'un «sale juif»! Ah! tout ce qui s'est agité là de démence et de sottise, des imaginations folles, des pratiques de basse police, des moeurs d'inquisition et de tyrannie, le bon plaisir de quelques galonnés mettant leurs bottes sur la nation, lui rentrant dans la gorge son cri de vérité et de justice, sous le prétexte menteur et sacrilège de la raison d'État!

Et c'est un crime encore que de s'être appuyé sur la presse immonde, que de s'être laissé défendre par toute la fripouille de Paris, de sorte que voilà la fripouille qui triomphe insolemment, dans la défaite du droit et de la simple probité. C'est un crime d'avoir accusé de troubler la France ceux qui la veulent généreuse, à la tête des nations libres et justes, lorsqu'on ourdit soi-même l'impudent complot d'imposer l'erreur, devant le monde entier. C'est un crime d'égarer l'opinion, d'utiliser pour une besogne de mort cette opinion qu'on a pervertie jusqu'à la faire délirer. C'est un crime d'empoisonner les petits et les humbles, d'exaspérer les passions de réaction et d'intolérance, en s'abritant derrière l'odieux antisémitisme, dont la grande France libérale des droits de l'homme mourra, si elle n'en est pas guérie. C'est un crime que d'exploiter le patriotisme pour des oeuvres de haine, et c'est un crime, enfin, que de faire du sabre le dieu moderne, lorsque toute la science humaine est au travail pour l'oeuvre prochaine de vérité et de justice.

Cette vérité, cette justice, que nous avons si passionnément voulues, quelle détresse à les voir ainsi souffletées, plus méconnues et plus obscurcies! Je me doute de l'écroulement qui doit avoir lieu dans l'âme de M. Scheurer-Kestner, et je crois bien qu'il finira par éprouver un remords, celui de n'avoir pas agi révolutionnairement, le jour de l'interpellation au Sénat, en lâchant tout le paquet, pour tout jeter à bas. Il a été le grand honnête homme, l'homme de sa vie loyale, il a cru que la vérité se suffisait à elle- même, surtout lorsqu'elle lui apparaissait éclatante comme le plein jour. A quoi bon tout bouleverser, puisque bientôt le soleil allait luire? Et c'est de cette sérénité confiante dont il est si cruellement puni. De même pour le lieutenant- colonel Picquart, qui, par un sentiment de haute dignité, n'a pas voulu publier les lettres du général Gonse. Ces scrupules l'honorent d'autant plus que, pendant qu'il restait respectueux de la discipline, ses supérieurs le faisaient couvrir de boue, instruisaient eux-mêmes son procès, de la façon la plus inattendue et la plus outrageante. Il y a deux victimes, deux braves gens, deux coeurs simples, qui ont laissé faire Dieu, tandis que le diable agissait. Et l'on a même vu, pour le lieutenant-colonel Picquart, cette chose ignoble: un tribunal français, après avoir laissé le rapporteur charger publiquement un témoin, l'accuser de toutes les fautes, a fait le huis clos, lorsque ce témoin a été introduit pour s'expliquer et se défendre. Je dis que ceci est un crime de plus et que ce crime soulèvera la conscience universelle. Décidément, les tribunaux militaires se font une singulière idée de la justice.

(...)

[Continua... ]


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terça-feira, novembro 04, 2003

ESTOU C... PARA O SENHOR EMBAIXADOR


Ouvi esta manhã a notícia de que um embaixador de Israel reagiu negativamente a um mega-inquérito realizado na Europa sobre os países que são considerados uma ameaça à paz mundial e no qual Israel ocupa o primeiro lugar com 59% das escolhas europeias.

Podemos concordar, ou não, com esse inquérito e até questionar a forma como foi elaborado, mas as afirmações do dito embaixador são de todo reprováveis quando afirma que, e cito de forma mais ou menos livre, mas sem alterar o sentido das afirmações, "(...) os dirigentes europeus têm de educar as massas para evitar que estas identifiquem países democráticos como Israel ou os EUA como ameaças à paz mundial (...)".

O que é que se entende por "educar as massas"?

Será que o Estado de Israel defende que a Humanidade deve ser educanda ao ponto de seguir fielmente os seus líderes? Será que o Estado de Israel defende que o livre-arbítriodeve ser banido? Será que o Estado de Israel defende A superioridade do sionismo? Será que o Estado de Israel defende o fundamentalismo da sua religião? Será que, ironia das ironias, o Estado de Israel defende a existência de raças inferiores que devem estar subordinadas aos seus interesses? O que pensam os Israelitas sobre estas questões? Será que também o Estado de Israel educa as suas massas para que estas sejam submissas e acatem acefalamente as decisões dos seus dirigentes políticos e/ou religiosos?

Não me parece que por mais que nos façam crer alguma vez o venham a conseguir, porque há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não!

A democracia continua a ser o melhor de todos os sistemas com excepção de todos os outros,mas também temos que nos questionar o valor da democracia que temos, nomeadamente no que diz respeito à representatividades de dirigentes que são eleitos com tpercentagens de abstenção superiores a 50%, como é o caso dos EUA e para onde caminha, infelizmente, a Europa. Temos que nos questionar relativamente à capacidade de, num segundo, optarmos sobre A ou B sem termos noção das implicações que acarreta a nossa opção. Temos que nos questionar sobre a nossa capacidade de resistirmos à demagogia e à tentativa de lavagem de cérebros que é feita diariamente pelos mais poderosos.

Não quero entrar pelo caminho da "Teoria da Conspiração", mas urge que se faça um amplo debate sobre representatividade, cidadania e liberdade de expressão.

O desafio fica lançado, será que vai ter algum eco?


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J'ACCUSE, de Emile ZOLA - II



[Parágrafos 21 a 40.]

(...)

Le bordereau était depuis quelque temps déjà entre les mains du colonel Sandherr, directeur du bureau des renseignements, mort depuis de paralysie générale. Des «fuites» avaient lieu, des papiers disparaissaient, comme il en disparaît aujourd'hui encore; et l'auteur du bordereau était recherché, lorsqu'un a priori se fit peu à peu que cet auteur ne pouvait être qu'un officier de l'état-major, et un officier d'artillerie: double erreur manifeste, qui montre avec quel esprit superficiel on avait étudié ce bordereau, car un examen raisonné démontre qu'il ne pouvait s'agir que d'un officier de troupe.

On cherchait donc dans la maison, on examinait les écritures, c'était comme une affaire de famille, un traître à surprendre dans les bureaux mêmes, pour l'en expulser. Et, sans que je veuille refaire ici une histoire connue en partie, le commandant du Paty de Clam entre en scène, dès qu'un premier soupçon tombe sur Dreyfus. A partir de ce moment, c'est lui qui a inventé Dreyfus, l'affaire devient son affaire, il se fait fort de confondre le traître, de l'amener à des aveux complets. Il y a bien le ministre de la Guerre, le général Mercier, dont l'intelligence semble médiocre; il y a bien le chef de l'état-major, le général de Boisdeffre, qui paraît avoir cédé à sa passion cléricale, et le sous-chef de l'état- major, le général Gonse, dont la conscience a pu s'accommoder de beaucoup de choses. Mais, au fond, il n'y a d'abord que le commandant du Paty de Clam, qui les mène tous, qui les hypnotise, car il s'occupe aussi de spiritisme, d'occultisme, il converse avec les esprits. On ne saurait concevoir les expériences auxquelles il a soumis le malheureux Dreyfus, les pièges dans lesquels il a voulu le faire tomber, les enquêtes folles, les imaginations monstrueuses, toute une démence torturante.

Ah! cette première affaire, elle est un cauchemar, pour qui la connaît dans ses détails vrais! Le commandant du Paty de Clam arrête Dreyfus, le met au secret. Il court chez madame Dreyfus, la terrorise, lui dit que, si elle parle, son mari est perdu. Pendant ce temps, le malheureux s'arrachait la chair, hurlait son innocence. Et l'instruction a été faite ainsi, comme dans une chronique du XVe siècle, au milieu du mystère, avec une complication d'expédients farouches, tout cela basé sur une seule charge enfantine, ce bordereau imbécile, qui n'était pas seulement une trahison vulgaire, qui était aussi la plus impudente des escroqueries, car les fameux secrets livrés se trouvaient presque tous sans valeur. Si j'insiste, c'est que l'oeuf est ici, d'où va sortir plus tard le vrai crime, l'épouvantable déni de justice dont la France est malade. Je voudrais faire toucher du doigt comment l'erreur judiciaire a pu être possible, comment elle est née des machinations du commandant du Paty de Clam, comment le général Mercier, les généraux de Boisdeffre et Gonse ont pu s'y laisser prendre, engager peu à peu leur responsabilité dans cette erreur, qu'ils ont cru devoir, plus tard, imposer comme la vérité sainte, une vérité qui ne se discute même pas. Au début, il n'y a donc, de leur part, que de l'incurie et de l'inintelligence. Tout au plus, les sent-on céder aux passions religieuses du milieu et aux préjugés de l'esprit de corps. Ils ont laissé faire la sottise.

Mais voici Dreyfus devant le conseil de guerre. Le huis clos le plus absolu est exigé. Un traître aurait ouvert la frontière à l'ennemi pour conduire l'empereur allemand jusqu'à Notre-Dame, qu'on ne prendrait pas des mesures de silence et de mystère plus étroites. La nation est frappée de stupeur, on chuchote des faits terribles, de ces trahisons monstrueuses qui indignent l'Histoire; et naturellement la nation s'incline. Il n'y a pas de châtiment assez sévère, elle applaudira à la dégradation publique, elle voudra que le coupable reste sur son rocher d'infamie, dévoré par le remords. Est-ce donc vrai, les choses indicibles, les choses dangereuses, capables de mettre l'Europe en flammes, qu'on a dû enterrer soigneusement derrière ce huis clos? Non! il n'y a eu, derrière, que les imaginations romanesques et démentes du commandant du Paty de Clam. Tout cela n'a été fait que pour cacher le plus saugrenu des romans-feuilletons. Et il suffit, pour s'en assurer, d'étudier attentivement l'acte d'accusation, lu devant le conseil de guerre.

Ah! le néant de cet acte d'accusation! Qu'un homme ait pu être condamné sur cet acte, c'est un prodige d'iniquité. Je défie les honnêtes gens de le lire, sans que leur coeurs bondisse d'indignation et crie leur révolte, en pensant à l'expiation démesurée, là-bas, à l'île du Diable. Dreyfus sait plusieurs langues, crime; on n'a trouvé chez lui aucun papier compromettant, crime; il va parfois dans son pays d'origine, crime; il est laborieux, il a le souci de tout savoir, crime; il ne se trouble pas, crime; il se trouble, crime. Et les naïvetés de rédaction, les formelles assertions dans le vide! On nous avait parlé de quatorze chefs d'accusation: nous n'en trouvons qu'une seule en fin de compte, celle du bordereau; et nous apprenons même que les experts n'étaient pas d'accord, qu'un d'eux, M. Gobert, a été bousculé militairement, parce qu'il se permettait de ne pas conclure dans le sens désiré. On parlait aussi de vingt-trois officiers qui étaient venus accabler Dreyfus de leurs témoignages. Nous ignorons encore leurs interrogatoires, mais il est certain que tous ne l'avaient pas chargé; et il est à remarquer, en outre, que tous appartenaient aux bureaux de la guerre. C'est un procès de famille, on est là entre soi, et il faut s'en souvenir: l'état-major a voulu le procès, l'a jugé, et il vient de le juger une seconde fois.

Donc, il ne restait que le bordereau, sur lequel les experts ne s'étaient pas entendus. On raconte que, dans la chambre du conseil, les juges allaient naturellement acquitter. Et, dès lors, comme l'on comprend l'obstination désespérée avec laquelle, pour justifier la condamnation, on affirme aujourd'hui l'existence d'une pièce secrète, accablante, la pièce qu'on ne peut montrer, qui légitime tout, devant laquelle nous devons nous incliner, le bon Dieu invisible et inconnaissable! Je la nie, cette pièce, je la nie de toute ma puissance! Une pièce ridicule, oui, peut-être la pièce où il est question de petites femmes, et où il est parlé d'un certain D... qui devient trop exigeant: quelque mari sans doute trouvant qu'on ne lui payait pas sa femme assez cher. Mais une pièce intéressant la défense nationale, qu'on ne saurait produire sans que la guerre fût déclarée demain, non, non! C'est un mensonge! et cela est d'autant plus odieux et cynique qu'ils mentent impunément sans qu'on puisse les en convaincre. Ils ameutent la France, ils se cachent derrière sa légitime émotion, ils ferment les bouches en troublant les coeurs, en pervertissant les esprits. Je ne connais pas de plus grand crime civique.

Voilà donc, monsieur le Président, les faits qui expliquent comment une erreur judiciaire a pu être commise; et les preuves morales, la situation de fortune de Dreyfus, l'absence de motifs, son continuel cri d'innocence, achèvent de le montrer comme une victime des extraordinaires imaginations du commandant du Paty de Clam, du milieu clérical où il se trouvait, de la chasse aux «sales juifs», qui déshonore notre époque.

Et nous arrivons à l'affaire Esterhazy. Trois ans se sont passés, beaucoup de consciences restent troublées profondément, s'inquiètent, cherchent, finissent par se convaincre de l'innocence de Dreyfus.

Je ne ferai pas l'historique des doutes, puis de la conviction de M. Scheurer-Kestner. Mais, pendant qu'il fouillait de son côté, il se passait des faits graves à l'état-major même. Le colonel Sandherr était mort, et le lieutenant-colonel Picquart lui avait succédé comme chef du bureau des renseignements. Et c'est à ce titre, dans l'exercice de ses fonctions, que ce dernier eut un jour entre les mains une lettre-télégramme, adressée au commandant Esterhazy, par un agent d'une puissance étrangère. Son devoir strict était d'ouvrir une enquête. La certitude est qu'il n'a jamais agi en dehors de la volonté de ses supérieurs. Il soumit donc ses soupçons à ses supérieurs hiérarchiques, le général Gonse, puis le général de Boisdeffre, puis le général Billot, qui avait succédé au général Mercier comme ministre de la Guerre. Le fameux dossier Picquart, dont il a été tant parlé, n'a jamais été que le dossier Billot, j'entends le dossier fait par un subordonné pour son ministre, le dossier qui doit exister encore au ministère de la Guerre. Les recherches durèrent de mai à septembre 1896, et ce qu'il faut affirmer bien haut, c'est que le général Gonse était convaincu de la culpabilité d'Esterhazy, c'est que le général de Boisdeffre et le général Billot ne mettaient pas en doute que le bordereau ne fût de l'écriture d'Esterhazy. L'enquête du lieutenant-colonel Picquart avait abouti à cette constatation certaine. Mais l'émoi était grand, car la condamnation d'Esterhazy entraînait inévitablement la révision du procès Dreyfus; et c'était ce que l'état-major ne voulait à aucun prix.

Il dut y avoir là une minute psychologique pleine d'angoisse. Remarquez que le général Billot n'était compromis dans rien, il arrivait tout frais, il pouvait faire la vérité. Il n'osa pas, dans la terreur sans doute de l'opinion publique, certainement aussi dans la crainte de livrer tout l'état- major, le général de Boisdeffre, le général Gonse, sans compter les sous-ordres. Puis, ce ne fut là qu'une minute de combat entre sa conscience et ce qu'il croyait être l'intérêt militaire. Quand cette minute fut passée, il était déjà trop tard. Il s'était engagé, il était compromis. Et, depuis lors, sa responsabilité n'a fait que grandir, il a pris à sa charge le crime des autres, il est aussi coupable que les autres, il est plus coupable qu'eux, car il a été le maître de faire justice, et il n'a rien fait. Comprenez-vous cela! Voici un an que le général Billot, que les généraux de Boisdeffre et Gonse savent que Dreyfus est innocent, et ils ont gardé pour eux cette effroyable chose! Et ces gens-là dorment, et ils ont des femmes et des enfants qu'ils aiment!

(...)

[Continua... ]


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SE...

Se podes conservar o teu bom senso e a calma
No mundo a delirar para quem o louco és tu...
Se podes crer em ti com toda a força de alma
Quando ninguém te crê...Se vais faminto e nu,

Trilhando sem revolta um rumo solitário...
Se à torva intolerância, à negra incompreensão,
Tu podes responder subindo o teu calvário
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão...

Se podes dizer bem de quem te calunia...
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor
(Mas sem a afectação de um santo que oficia
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor)...

Se podes esperar sem fatigar a esperança...
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho...
Fazer do pensamento um arco de aliança,
Entre o clarão do inferno e a luz do céu
risonho...

Se podes encarar com indiferença igual
O triunfo e a derrota, eternos impostores...
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo o amor dos teus amores...

Se podes resistir à raiva e à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega eivadas de peçonha
Com falsas intenções que tu jamais lhes deste...

Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas por malsins, desorientando o povo,
E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste,
Voltares ao princípio, a construir de novo...

Se puderes obrigar o coração e os músculos
A renovar um esforço há muito vacilante,
Quando no teu corpo, já afogado em crepúsculos,
Só exista a vontade a comandar avante...

Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre...
Se vivendo entre os reis, conservas a humildade...
Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti à luz da eternidade...

Se quem conta contigo encontra mais que a conta...
Se podes empregar os sessenta segundos
Do minuto que passa em obra de tal monta
Que o minuto se espraia em séculos fecundos...

Então, óh ser sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos, os espaços!...
Mas, ainda para além, um novo sol rompeu,
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.

Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem receares jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um homem!...


Titulo original: "If...", de Rudyard Kipling (Escritor e poeta inglês dos séculos XIX e XX)
Tradução de Félix Bermudes


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segunda-feira, novembro 03, 2003

J'ACCUSE, de Emile ZOLA - I



[Parágrafos 1 a 20. Serão publicados diariamente 20 parágrafos até concluir o texto com o total de 100 parágrafos.]

Ces pages ont paru dans L'Aurore, le 13 janvier 1898.

Ce qu'on ignore, c'est qu'elles furent d'abord imprimées en une brochure, comme les deux lettres précédentes. Au moment de mettre cette brochure en vente, la pensée me vint de donner à ma lettre une publicité plus large, plus retentissante, en la publiant dans un journal. L'Aurore avait déjà pris parti, avec une indépendance, un courage admirables, et je m'adressai naturellement à elle. Depuis ce jour, ce journal est devenu pour moi l'asile, la tribune de liberté et de vérité, où j'ai pu tout dire. J'en ai gardé au directeur, M. Ernest Vaughan, une grande reconnaissance. - Après la vente de L'Aurore à trois cent mille exemplaires, et les poursuites judiciaires qui suivirent, la brochure resta même en magasin. D'ailleurs, au lendemain de l'acte que j'avais résolu et accompli, je croyais devoir garder le silence, dans l'attente de mon procès et des conséquences que j'en espérais.

J'ACCUSE

Monsieur le Président,

Me permettez-vous, dans ma gratitude pour le bienveillant accueil que vous m'avez fait un jour, d'avoir le souci de votre juste gloire et de vous dire que votre étoile, si heureuse jusqu'ici, est menacée de la plus honteuse, de la plus ineffaçable des taches?

Vous êtes sorti sain et sauf des basses calomnies, vous avez conquis les coeurs. Vous apparaissez rayonnant dans l'apothéose de cette fête patriotique que l'alliance russe a été pour la France, et vous vous préparez à présider au solennel triomphe de notre Exposition Universelle, qui couronnera notre grand siècle de travail, de vérité et de liberté. Mais quelle tache de boue sur votre nom - j'allais dire sur votre règne - que cette abominable affaire Dreyfus! Un conseil de guerre vient, par ordre, d'oser acquitter un Esterhazy, soufflet suprême à toute vérité, à toute justice. Et c'est fini, la France a sur la joue cette souillure, l'histoire écrira que c'est sous votre présidence qu'un tel crime social a pu être commis.

Puisqu'ils ont osé, j'oserai aussi, moi. La vérité, je la dirai, car j'ai promis de la dire, si la justice, régulièrement saisie, ne la faisait pas, pleine et entière. Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice. Mes nuits seraient hantées par le spectre de l'innocent qui expie là-bas, dans la plus affreuse des tortures, un crime qu'il n'a pas commis.

Et c'est à vous, monsieur le Président, que je la crierai, cette vérité, de toute la force de ma révolte d'honnête homme. Pour votre honneur, je suis convaincu que vous l'ignorez. Et à qui donc dénoncerai-je la tourbe malfaisante des vrais coupables, si ce n'est à vous, le premier magistrat du pays?

La vérité d'abord sur le procès et sur la condamnation de Dreyfus.

Un homme néfaste a tout mené, a tout fait, c'est le lieutenant-colonel du Paty de Clam, alors simple commandant. Il est l'affaire Dreyfus tout entière; on ne la connaîtra que lorsqu'une enquête loyale aura établi nettement ses actes et ses responsabilités. Il apparaît comme l'esprit le plus fumeux, le plus compliqué, hanté d'intrigues romanesques, se complaisant aux moyens des romans-feuilletons, les papiers volés, les lettres anonymes, les rendez-vous dans les endroits déserts, les femmes mystérieuses qui colportent, de nuit, des preuves accablantes. C'est lui qui imagina de dicter le bordereau à Dreyfus; c'est lui qui rêva de l'étudier dans une pièce entièrement revêtue de glaces; c'est lui que le commandant Forzinetti nous représente armé d'une lanterne sourde, voulant se faire introduire près de l'accusé endormi, pour projeter sur son visage un brusque flot de lumière et surprendre ainsi son crime, dans l'émoi du réveil. Et je n'ai pas à tout dire, qu'on cherche, on trouvera. Je déclare simplement que le commandant du Paty de Clam, chargé d'instruire l'affaire Dreyfus, comme officier judiciaire, est, dans l'ordre des dates et des responsabilités, le premier coupable de l'effroyable erreur judiciaire qui a été commise.

(...)

[Continua... ]

Se tiver pressa pode ler aqui a totalidade do texto. Deve fazer uma busca por autor.


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domingo, novembro 02, 2003

DE REGRESSO


Pois é caros amigos, estou de regresso.

Quero aproveitar para agradecer a todos os que, de uma forma ou de outra, fizeram chegar até mim mensagens de solidariedade e de apoio.

A partir de amanhã cá estarei para gritar os meus uivos de lamento ou revolta, ou para pregar umas valentes ferradelas.

Como diz o Sérgio Godinho:

"Mais vale ser um cão raivoso do que uma sardinha
metida entalada na lata, educadinha,
pronta a ser comida, digerida e cagadinha."


Saudações a todos!


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sábado, novembro 01, 2003

UMA CRIADA PARA TODO O SERVIÇO

Cozinho tão bem
como a minha mãe
ou outra qualquer.
Decorei receitas,
todas elas feitas,
para ser mulher.
Sei espanar o pó,
limpar o cócó,
faço meia-liga.
Sei fazer a cama
como grande dama,
eu sou rapariga.

Às vezes, sonho em fugir,
mas penso no qu' há-de vir
e sei que só vou servir
pra criada de servir:

lavar pacientemente
esfregar eternamente
arrolar constantemente
as trouxas.
Abrir só um bocadinho
apartar devagarinho
brandamente, de mansinho
as coxas.

Eu já sei tecer,
consigo fazar
renda da mais fina.
Ja sei pôr a mesa,
ter a chama acesa,
sou uma menina.
Deito lustro ao chão,
lenha no fogão,
faço os meus recados.
Sei fazer favores,
arranjos de flores
ao meus namorados.

José Carretas


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